domingo, 15 de maio de 2011

PRIMEIRO DE ABRIL SEM PIADAS

Este início de temporada nas arrancadas, foi marcado para nós com um 1º de abril, que estava mais parecido com uma sexta-feira 13.

Caiu exatamente na sexta do Racha Tarumã em que antecederia a Noite Desafio 6 (ND6).

Estávamos numa correria danada para aprontar o Hatch e testá-lo no autódromo, mas antes, fomos ao dinamômetro para os acertos finais.


 -Aprontar os carros “aos 45 minutos do segundo tempo” já está se tornando nossa marca registrada.

O primeiro problema surgiu logo de cara. Três das quatro bombas de combustível resolveram parar de funcionar, mas graças à solidariedade do Pingo (Pingo Racing), Hilário (H.G) e do Japa, que estavam na Power-Dino e nos emprestaram algumas bombas, foi possível continuar com o trabalho.



Logo em seguida veio o segundo problema. Agora foi o sensor de posição da borboleta (TPS) que falhou. Buscamos a solução, retirando o mesmo sensor do carro particular do Paulinho, melhorando imediatamente o desempenho do Hatch, permitindo assim, concluir os últimos acertos.


No caminho de volta a oficina, o terceiro problema. Este já estava nos parecendo como um mau agouro. O Santana que puxava o reboque, resolveu nos deixar empenhados... (um probleminha elétrico)... era a maldita TPS que estava falhando no Hatch, e que havia sido substiuída . Mais uma vez abusamos da boa vontade do Pingo e lhe pedimos socorro. Logo  ele apareceu com a peça e, aí sim, conseguimos seguir viagem rumo à oficina. Já era noite e tinhamos que aprontar tudo na correria para ir ao Racha.


O mais interessante nisso tudo, é que o pessoal nunca se deixou vencer pelas dificuldades que surgiam. O Paulinho, Pestana, Leandro e Guillermo, que eram os envolvidos nesse dia, não perdiam o bom humor. Eu tive a chance de acompanhar estes momentos de perto e nunca os vi reclamar de nada, muito pelo contrário, eles até faziam piadas daquela situação.


Chegando em Tarumã, descarregamos o Hatch e o Paulinho deu algumas passadas, mas não se acertou muito bem com o câmbio. A solução para compensar o tempo em que perdia tentando encontrar a terceira marcha, foi “sentar o dedo” no nitro. Péssima decisão.


Não sabemos ao certo se foi vestígio de óleo ou a pequena serração que caia naquela noite, mas no momento em que o Paulinho chegou ao final da reta, o Hatch se comportou muito mal. Patinou para um lado, patinou para o outro, rodou e encontrou o barranco. Final de carreira de um carro que só nos trouxe alegrias.


Felizmente o Paulinho saiu ileso e só houve perda material. Ao ficarmos sabendo que ele havia batido, primeiramente, achamos que era piadinha de 1º de abril, mas ao perceber que a coisa era séria, imediatamente passamos um rádio para ele e ficamos mais aliviados ao escutá-lo atender e dizer que estava tudo bem.


Quando a plataforma trouxe o que sobrou do Hatch, cada um que tem carinho pela 1PR e, principalmente, pelo Paulinho, já botou a mente para funcionar, buscando soluções com o intuito de não permitir que um “irmão de arrancada” ficasse de fora das pistas por muito tempo (até por que faltava apenas uma semana para a tão esperada ND6).  Ali mesmo, em volta do carro batido, os amigos se juntaram e fizeram uma “vaquinha” para que o Paulinho pudesse comprar outro monobloco e voltar a atividade. Muitos levaram num tom de brincadeira, mas não faziam idéia de o quanto aquilo era sério.


Mal o galo cantou no sábado, e lá estava a equipe 1PR , prontos para fazer a correria e tentar encontrar uma roupa nova que receberia o motor do falecido Hatch. Foi então que surgiu o Tubarão branco.


Não era de encher os olhos em um primeiro momento, mas ao observá-lo mais atentamente e usando um pouquinho da imaginação, dava para botar fé no Chevetinho.

Não perdemos muito tempo e mãos a obra.


Trabalhamos sábado e domingo em cima do “Tuba”. Na segunda-feira, ninguém esboçava fadiga, muito pelo contrário, pareciam ainda mais animados. Volta e meia apareciam alguns amigos para dar aquele apoio moral.


 Logo se espalhou a notícia de que os 1PR estavam aprontando um novo carro. Pessoas não diretamente ligadas a nós, mas que gostavam de ver o Hatch acelerando, passaram a ser ferramentas importantes dentro da oficina, enviando mensagens de apoio e solidariedade, nos dando ainda mais forças para seguirmos convictos de que aprontaríamos o Tuba a tempo para a ND6.



A pintura e chapeação, ficaram por conta dos amigos da Mauri-Car, que caprixaram em nossa clássica cor vermelha. O xicote ficou a cargo do Pestana e seu fiel escudeiro, o Fábio.



Por mais incrível que pareça, aquela semana fluiu perfeitamente, foram poucos os obstáculos. Ao mesmo tempo em que trabalhávamos, nos divertíamos muito.


Finalmente aprontamos o Chevetinho. Foi exatamente uma semana de trabalho até a conclusão. Já era sexta-feira e também era o grande dia, a tão esperada ND6. Infelizmente o clima não ajudou e a prova teve que ser cancelada. Foi a única vez que a equipe demonstrou alguma tristeza. Estávamos todos loucos para ver o Paulinho acelerando o Tuba, ver o resultado de um trabalho feito com muita dedicação e alegria. Como dizem por aí: “foi um balde de água fria”.


Agora teríamos mais uma semana para alguns ajustes, mais estéticos do que mecânicos, o importante era o sentimento que pairava no ar, o sentimento de MISSÃO CUMPRIDA.

 Toda a equipe 1PR & Schultz Motorsports está de parabéns. A conclusão do Tubarão foi uma verdadeira demonstração de força de vontade, paixão por arrancadas e, principalmente, uma demonstração de AMIZADE.

A Noite desafio aconteceu uma semana depois e, devido a alguns problemas, o Tuba não teve 100% de seu rendimento, mas mesmo assim, já nos considerávamos vitoriosos a uma semana atrás.

Fica aqui o nosso muito obrigado a todos que deram apoio!!!


4 comentários:

  1. Muito legal!

    Só quem já viveu algo parecdo pode entender exatamente o que foi contado.

    Essa é a verdadeira arrancada, que depende muito mais do clima do momento, da empolgação daqueles que menos esperamos que ajudam e fazem coisas que nem imaginávamos...

    Essa é a arrancada do que depende muito mais de pessoas do que de dinheiro.

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  2. Concordo contigo, Vicente.
    O nosso combustível para aprontar o Chevette foi a amizade e a paixão pela arrancada, jamais colocamos no papel o quanto foi gasto.

    Forte abraço.

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  3. Tirando a tristeza da perda do Hatch, a história do Tubarão é bem parecida com a do nascimento do Fritz oNe4sevEn. Ele é fruto de amizade, conquista, troca de idéias, ou seja, é um carro democrático, se assim podemos dizer. Vale mais do que qualquer dinheiro. O Tubarão é igual ou melhor nesse quesito. Parabéns! Boa sorte com o novo vermelhinho.

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  4. Muito obrigado, Custódio!!!

    O Tubarão e o Fritz são a prova de que a união faz a força.

    Sentimos falta do pequeno guerreiro na Desafio.

    Mais uma vez, obrigado.

    Forte abraço

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